AMANHECI COM MEDO
O MEDO
(Amanheci com medo)
Por Paulo Rebelo
Amanheci com medo,
medo de morrer,
um estranhamento.
Antes era medo de viver,
de entregar-se,
aventurar-se,
o receio de amar
e nele se perder.
Agora é medo de sofrer em vão.
Entre gritar e calar,
há uma palavra presa na garganta,
algo que nunca disse.
Entre viver e morrer,
há uma nova vida que jamais vivi,
algo que nunca senti.
Queria viver.
Não quero sofrer.
Amanheci com medo de morrer.
Paulo Rebelo, o médico poeta.
Nota do autor.
Poesia extraída a partir do relato de pacientes à beira da morte e familiares durante a COVID-19.
(Amanheci com medo)
Por Paulo Rebelo
Amanheci com medo,
medo de morrer,
um estranhamento.
Antes era medo de viver,
de entregar-se,
aventurar-se,
o receio de amar
e nele se perder.
Agora é medo de sofrer em vão.
Entre gritar e calar,
há uma palavra presa na garganta,
algo que nunca disse.
Entre viver e morrer,
há uma nova vida que jamais vivi,
algo que nunca senti.
Queria viver.
Não quero sofrer.
Amanheci com medo de morrer.
Paulo Rebelo, o médico poeta.
Nota do autor.
Poesia extraída a partir do relato de pacientes à beira da morte e familiares durante a COVID-19.
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