VISITANDO O AMIGO

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VISITANDO UM AMIGO*
Por Paulo Rebelo

Alô, Antonio!
Acorda!
Amanheceu.
Sou eu, o Paulo,
teu amigo.

Escute,
estou aqui,
meu irmão.
Estás bem?
Tens frio?
Não digas nada.
Vai ficar melhor, acredite.
Trouxe o edredom.
As noites tem sido longas e de frio,
mas vai passar.

Assim é a vida,
um verdadeiro mistério.
Tenha fé em DEUS.
Somente ELE na SUA infinita grandeza para nos confortar durante os dias de incerteza.
Uma coisa é certa:
o amanhã cura o hoje.

Vim aqui só para te ver.
Para saber se estás bem.
Se estás precisando de mim,
se precisas de algo.
O amor cicatriza feridas,
mas amizades aceleram a cura,
principalmente,
a nossa.

Andávamos distantes um do outro.
Deus já nos perdoou.
ELE sabe que cada um de nós tem um caminho a seguir.

Vim porque senti tua falta.
De nossas longas conversas,
enquanto tomávamos um café quentinho ou um bom vinho tinto,
de teus conselhos,
nas tuas proverbiais observações,
colocações certeiras como flexas no alvo.
Serviam-me como bálsamo ou guia.
Era como se tivesse eu mesmo vivido através de tuas experiências.
As minhas esperanças renovadas!
A fé no mundo recuperada.

Então,
agora é minha vez de te visitar,
de te contar por onde andei,
de relembrar tudo isso,
de reavivar tuas memórias,
para revitalizar tua vontade de viver
e que continues enriquecendo teus amigos que nem eu,
nos divertindo com tuas longas histórias que emendavam umas nas nas outras,
confundindo-se doce e curiosamente com a tua própria.

Assim, amanhã estarei por aqui  para continuarmos a bela história que construiste ao lado das pessoas que te amam.

Até breve!

Paulo Rebelo, o médico poeta.

*Paciente em coma, cuja recuperação foi lenta e progressiva e qualquer pequeno movimento seu era comemorado por todos como uma grande vitória; sua solitária luta pela vida.

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