CASTELO DE AREIA

CASTELO DE AREIA

Poema por Paulo Rebelo 


AMOR superficial, 

Midiático, 

Temporário e irracional. 

Diante disso, um amor fugaz

E irreal, 

Que ninguém aposta 

Ou acredita, 

Exceto os dois amantes,

Pois não têm pé nem cabeça;

São de um mundo,

Onde as relações 

São como fogo fátuo; 

Impressiona os incautos,

Mas é só breve combustão, 

Que acaba em previsivel frustração 

E solidão. 


É certeza 

Que os apaixonados

Durante a estação de verão 

Não aprenderão a lição, 

São irrecuperáveis,

Defeito de fábrica,

Fora de possibilidade terapeutica,

Pois seus mundos etéreos

Nunca tiveram chão; 

Não tem cor, cheiro nem sabor, 

Exceto dor,

Mas sem calor

Ou emoção.


É como areia movediça,

Só um castelo de areia

À beira-mar;

Vã fruição,

Descartável e sem valor.


Assim, é a mais completa, profunda

E eterna ilusão.


Paulo Rebelo, o médico poeta. 


Um tributo ao amor inexistente ou descartável em tempos de redes sociais.

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