AUTO TRATAMENTO

A cada vez que trato alguém aos pouco eu mesmo me curo.

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PARA DEPOIS

PARA DEPOIS Por Paulo Rebelo  Vim ao mundo Depois que ele estava feito Mas nĂŁo estava concluido. Estava mal acabado, Reclamei! Tinha muitos defeitos; Um pouco deformado. Apressado, Achei que pudesse refazĂȘ-lo e, Inicialmente, pus-me a trabalhar Às cegas e como poucos, E nĂŁo conseguindo, Gritei em praça pĂșblica Que nem louco, AtĂ© ficar rouco. Com o tempo, Fui deixando tudo p depois: Era mais conveniente E sensato, Depois que dormisse, Depois que acordasse, Que comesse E descansado, Pensasse… NĂŁo tive mais pressa Para nada; Nem mais filosofava. Deitado na rede, Procrastinava. Agora tudo fazia sentido; A vontade findou; O sonho passou depressa; Nada mais interessa; O mundo nĂŁo mudou. O filme acabou… Paulo Rebelo, o mĂ©dico escritor da Linha do Equador. Inspirado em DEPOIS? de Antonio Lobo Antunes, mĂ©dico e escritor. EstĂĄtua: O PENSADOR de Rodin.
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MERCADO FINANCEIRO

 quanta ingenuidade de comentaristas, ao mesmo tempo que veem "maldade" do mercado financeiro. O mercado nĂŁo Ă© uma entidade paranormal; Ă© um ser dual e antagĂŽnico, mas tem lĂłgica, iniciada nas bancas italianas na Idade MĂ©dia, haja vista que hĂĄ gente comprando e vendendo alguma coisa, lutando para defender os seus ativos econĂŽmicos e financeiros, eventualmente, lucro, que, indiretamente, sĂŁo os meus e de quem aqui comenta, ainda que nĂŁo tenhamos aplicaçÔes financeiras nas bolsas de valores. A estabilidade desse mercado, promovida por governo responsĂĄvel, garante o nosso bem estar. É lĂĄ que o governo busca se financiar com a garantia do dinheiro do meu e teu trabalho. Ao assistir esse tipo de manifestação em defesa do perdulĂĄrio e irresponsĂĄvel fiscalmente governo LULA III, incrĂ©dulo e afĂĄsico, a imagem que me vem Ă  mente, ainda que nĂŁo seja religioso, parafraseando CRISTO no calvĂĄrio Ă©: "PERDOAI SENHOR, ELES NÃO SABEM O QUE DIZEM". SĂŁo ignorantes, querendo ser sĂĄbios...
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UMA CARTA PARA NINGUÉM

UMA CARTA PARA NINGUÉM Por Paulo Rebelo Acostumei-me a escrever Para quase ninguĂ©m, Mas o ninguĂ©m, Creia-me, existe. Ele nĂŁo Ă© anĂŽnimo; É alguĂ©m. Falo com ele todos Os dias, enquanto escrevo. Ele estĂĄ escondido No meu desejo incontido E num silĂȘncio ensurrecedor, Que grita para ser  Por ele lido, Mas na suavidade Como quem, na intimidade De velhos amigos, Troca correspondĂȘncias, E este, um dia, me entenda Como ninguĂ©m. Paulo Rebelo, o mĂ©dico poeta. Inspirado em um texto de ALMIR PAES, escritor, cujo pai disse-lhe um dia:  "Acostume-se a escrever para quase ninguĂ©m". P.S. Creio pelo inusitismo da prosa, este poema autoral seja original.
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