O SALVADOR DA PÁTRIA
O SALVADOR DA PÁTRIA*
Por Paulo Rebelo
“O nordeste deu ao Brasil a honra e o privilégio de ter grandes brasileiros como Raquel de Queiroz, Dias Gomes, Ariano Suassuna, Graciliano Ramos (Vidas Secas) Celso Furtado, Maílson da Nóbrega, Castro Alves, Gonçalves Dias, Dorival Caymmi, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Ferreira Gullar, Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto (Vida e Morte Severina), Elza Ramalho, Zé Ramalho, Fagner, Belchior, Raul Seixas, João Ubaldo Ribeiro, João Cabral de Melo Neto, João Gilbero, Maria Quitéria, Maria Betânia, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Luiz Gonzaga, Alceu Valeça, Geraldo Azevedo, Geraldo Vandré, Paulo Freire, Chico Anísio, Augusto dos Anjos, José Lins do Rêgo, Aluísio de Azevedo, Juliano Moreira, Rui Barbosa, André Rebouças e muitos outros notáveis homens e mulheres, nomes que enriquecem o país, dando-nos o verdadeiro sentido de nação e brasilidade mais do que qualquer outra região do Brasil. Todavia, por obra do destino, lamentavelmente, tal verdadeiro “Iluminismo Nordestino” não foi capaz de levar ampla riqueza humanista e elevados níveis de bem estar social e imaterial à toda região. A explicação pode estar no fato de que, paradoxalmente, alguns desses eminentes brasileiros são egressos da mesma elite nordestina, que repudiamos ou passaram a engrossá-la naturalmente, retroalimentando o ciclo vicioso da exploração humana, incapazes de exterminá-la, uma vez cooptados ou subjugados pelo poder vigente. A maioria de verve humanista ou cristã, o curioso é que, tocados pela profunda pobreza regional, fruto de abjeta injustiça social, a partir da metade final do século XX até o presente, muitos identificam-se como “marxistas”, todavia, contraditoriamante, vivendo no farto seio da democracia e capitalismo. O nordestino continua órfão à espera de um salvador da pátria e este, parece ter escolhido o LULA, apoiado por uma elite fisiologista regional. A crônica falta de água e alimento e, principalmente, a perversa indiferença e o alheamento perpetrados pelas históricas elites econômicas, políticas e sociais nordestinas, perpetuando um modelo de exploração do homem, foram mais poderosos para abater o moral do nordestino, que ainda resiste por conta de DEUS. Alguém duvida ou relativiza isso? Duramente abandonado à própria sorte, isso tornou o nordestino comum um ser humano condenado à subnutrição educacional, mental e intelectual, contribuindo dolorosamente para distorcer a sua emocionalidade, onde ética e moral parecem vagar perdidas pelo sertão, em meio a vasta cultura subaproveitada, tal qual uma miragem, sendo este incapaz de fazer um adequado juízo de valor, quando manipulado por promessas vazias elege repetidas vezes, representantes, que perpetuam a sua sina maldita: a miséria humana, cantada em Asa Branca”, magníficamente, retratada na obra RETIRANTES, de Candido Portinari (1944).
Paulo Rebelo, médico.
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