ENCONTROS E DESENCONTROS
ENCONTROS E DESENCONTROS
Por Paulo Rebelo
Até que gostaria me encontrar mais e poder conversar com amigos e familiares amenidades, assuntos do cotidiano ou aquelas coisas que somente amigos conversam entre si (Deus é testemunha disso), mas eu os respeito quando sinto que não podem nem desejam, pois não é o seu momento. Alguns estão muito ocupados ou assoberbados de problemas em casa ou no trabalho, outros enfermos ou com familiares doentes, exigindo muito de si, separados, enfim, "problemáticos", mas com jeitinho eu insisto mesmo assim.
Em alguns casos são problemas banais, que são superestimados, mas em outros são sérios. Aparentemente sem saída acabam perdendo a vontade de viver plenamente, esquecendo-se até de si próprio. Acontece comigo, também.
Nesses momentos 100% não dá certo o convite para nos encontrarmos; desconversam ou não respondem e não é por falta de educação nem desrespeito, mas é como se precisassem de um tempo para resolver pessoalmente os seus problemas. Estão querendo respirar. Eu os entendo. Bem, procuro demonstrar-lhes, que podem contar comigo.
É que, também, quando tenho problemas evito "perturbar" essas pessoas, então, escrevo como quem manda uma mensagem na garrafa de um náufrago atirada ao mar.
Em algum momento, quem sabe, haverão de ler o que pessoalmente gostaria de lhes dizer, quando desejo lhes dar um abraço fraternal. Isso cura tudo na distância.
Seria ter aquela saudosa alegria de recuperar o tempo perdido.
Paulo Rebelo, médico escritor e poeta.
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