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Mostrando postagens de outubro, 2021

A DESPEDIDA

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  ADEUS (A viagem) Adeus! (Para mim) A viagem acabou. Último ponto, Era a parada final Da estação. Há um misto De fim E novo começo Estranha sensação De saudade E resignação, Minha futura morada, Um novo endereço. Quando vim ao mundo, Desde a viagem inaugural, Parecia tão teatral. Não era ilusão; Foi real. A vida inteira foi assim: Inesperado, Sem tréguas, Sem regras, A caminhar Mil léguas. O mundo do avesso, Invertido, De ponta-cabeça, Mal compreendido, Com sinais trocados E, eu, surpreendido, Desencontrado, Muitas vezes, Solitário, às vezes, Completamente perdido. E, quantas vezes, Peguei atalhos. Pois, lá do alto, Ventava muito, O andaime balançava, E eu, desequilibrado. Tive medo de morrer, Assustado. Finalmente, Há de terminar A angústia A sofreguidão As horas perdidas As dores sentidas A espera doída. Na caminhada, Criou-me expectativas, Desilusões. Tive frustrações, Dissabores E decepções, Mas a vida deu-me Um saldo de sonhos, Esperanças, Alegrias E ilusões. Ofereceu-me O cé...

THE GOOD AND THE EVIL

 THE GOOD AND THE EVIL Poem by Paulo Rebelo Inspired by the writings of Gabriel García Márquez and a tribute to him.  💐💐💐 The bad part from my conscience keeps telling me To continue defying my destiny, Which it forsees how it will be; Only to continue like exactly like this, a lonely life, monotonous and insipid as if that was a waste Of my existence. And that's why Inevitably I sin, Becoming a constant Transgressor of good morals, A child playing with fire, a renegade, One next to an  Irrational animal, An incurable perpetrator of sins, most venal, socially accepted with veiled convictions And no punishment, However, I do not pass unscathed; Here I am free,  but with some guilt, because I'm a vivid contrast that reminds me with some morbid pleasure To what worlds I belong to And I ended up with the conclusion That I'm in both of them, who cohabitately Inside of me, Like Siamese sisters; The good and the evil. And when I see them walk away from each other, I sigh...

THE LEAF

THE LEAF by Paulo Rebelo An eternal existential anguish,  Atrocious eagerness In the labyrinths of life... Time runs against the human being And he searches for living a life that he has never lived, Life that doesn't satisfy him, An endless incompleteness. Then, freedom is a feeling Such is the voluptuousness, A meager word to define what the soul is looking for Amidst the vastness of nothingness. Uncertainties ensue, Whose only guarantee It's just that nothing is everlasting, Everything is so obscure, Eternally fleetingly.  Thus,  he is like a leaf  Fallen from a tree,  blown by the wind  to realize  of frugality  and fragility  Of life...  Paulo Rebelo, the poet doctor.

A FOLHA

A FOLHA Por Paulo Rebelo A eterna angústia Existencialista, Atroz sofreguidão  Nos labirintos da vida... O tempo  Corre contra o ser humano  E ele se apressa mais célere E procura viver  O que nunca viveu, Vida que lhe não satisfaz, Eterna incompletude  Que não cessa jamais. Então,  A liberdade é um sentimento  Diminuto tal é a volúpia, Para definir o que busca em meio à vastidão do nada. Sobrevêm incertezas,  Cuja única garantia  É que nada é perene,  Tudo é tão obscuro, Passageiramente eterno. Assim, Ele é como uma folha Caída de uma árvore,  Levada pelo vento Para se dar conta  Da frugalidade E fragilidade  Da vida... Paulo Rebelo, o médico poeta.

0 MULTIMILIONÁRIO

O MULTI BILIONÁRIO Acordei multibilionário. Não imagines que eu esteja delirando ou alucinando, Que eu realmente esteja deitado sob rios de dinheiro Ou que minhas ações tenham valorizado 1000% nas bolsas de valores do mundo. Sim, estou multibilionário e muito mais que isso, mas não como deseja a maioria dos homens e que poderiam me invejar E até me matar, Seduzidos pelo amarelo do ouro, Pela pureza translúcida dos diamantes, Pelo verde da esmeraldas Ou o azul turquesa da safira, Todos encegueirados e afoitos para possuir todos os bens materiais desse mundo, Ter todos a seus pés. Minha fortuna é outra! Não preciso guardá-la num cofre a sete chaves. Não preciso escondê-la debaixo da cama, Tampouco enterra-la em algum lugar no campo, Onde poderiam desconfiar que lá estaria meus dólares no fim do arco-iris, Imaginando que eu ao morrer, iria levá-los para a minha tumba sob uma gigantesca pirâmide, repleta de labirintos sem saídas, Demonstrando a todos e para a eternidade que eu fora o mais ...

PIRILAMPOS

PIRILAMPOS Uma coleção De luscos fuscos Ocorre dentro de mim. No fundo, Sou um amontoados  De recortes aqui acolá. Partes soltas de mim, Meros retalhos... São pontos  Dispersos no escuro, Pirilampos Distantes entre si, Tentando freneticamente  Se connectar... Paulo Rebelo, o médico poeta.

ACALANTO*

🖋ACALANTO "Oh, chuva  Com as bênçãos  De Deus,  Lave a minha alma! Leve para distante Minhas dores, Acalme a minha consciência, Afaste de mim Meus pesadelos, Meus temores! Restaure meus sonhos Perdidos, Desperte o que existe  De melhor em mim  Há muito tempo adormecido, Enxugue meu pranto Dando-me esperanças  E, no teu colo, O acalanto". Paulo Rebelo, o médico poeta.

A MENTIRA

🖋A MENTIRA A mentira sempre existiu. Nasceu com o homem, Dentro do homem  Desde que surgiu. Parece que tinha  Que ser assim, Senão não seria o homem.  Algo como viver é mentir;  Mentir é viver. Não sei exatamente  Quando passei a mentir. Tinha um sabor estranho. Anestesiava e entorpecia. Não lembro a última vez  Que fui sincero. Depois da mentira,  Nunca mais fui o mesmo.  Deixei de ser honesto  Até comigo mesmo,  Para agradar terceiros. Menti para o maior amor  De minha vida. Sinto ter sido confrontado  Como um susto,  Um beco sem saída. Uma frase saiu de repente  De minha boca;  Então, para fugir da verdade,  Eu menti. Apenas sinto na alma  A dor da mentira até hoje;  A mentira inicial,  A fonte do pecado original,  De onde depois dela,  Tudo virou palco, A vida como ela é;  Para viver nesse mundo,  A mentira é como uma ilusão. Cheguei a pensar  Que a mentira fizess...

A VIDA INTEIRA

🖋A VIDA INTEIRA  A vida inteira  Eu te esperei.  Parece que nasci para ti, Era o destino, Você para mim. Me achei no teu amor, Dele passei a existir E me entreguei. Não tive dúvidas, Não resisti E me deixei seduzir Completanente Apoderado por ti. Meu corpo é teu E o teu, só meu. Da minha dor, Só falo para você. A minha dor é a tua, A tua, minha E, assim nesse profundo  Enlace, sem temor Nem pudor, Nos revelamos Um ao outro E nos encontramos No amor. Em uníssono, Nosso riso No teu rosto Iluminado, Que me renova E me apego realizado A vida inteira, Enfim, amado. Paulo Rebelo, o médico poeta para Bernadete.

À CONTA GOTA

AMOR À CONTA GOTA (Ou desamor) A minha intensa,  Para ti, infantil  Forma de amar, Isso não te apraz,  Pois é banal, não é?  Para ti, é exagero Ou algo fugaz. Em verdade, São teus olhos gélidos Que me veem assim; Destituídos de paixão! Amores não correspondidos, São fatais, Pois aquele que não ama, O amor do outro não tem sentido, Não dá vazão à nenhuma emoção. O pior de tudo  É não ser acreditado, Ignorado; Uma verdade descartada. Esse meu grande amor por ti nutrido, Tudo o que tenho  Para ter te dado. É o que poderia ter sido E intensamente vivido. Todavia, jamais vicejou. Aos poucos,  Dentro de mim minguou. Eis a minha maior tristeza,  Eis a minha perversa ilusão. Aquilo teu nunca foi amor No teu desamor, Fui por ti arrebatado. No fundo, Inconscientemente, Jamais fui conquistado, Pois, nunca tive o teu amor por inteiro. Já o meu amor  Era abundante; Jorrou como catarata durante Monções, Era a temporada. O teu fora uma breve poção  De ...

O ORÁCULO

O ORÁCULO  Já vivi  Cento e cinquenta anos  Na face da terra  E até morrer terei vivido  Outros tantos. Através de corpos alheios Vivi muitas vidas, Como médico senti Suas dores. Vi maravilhas  E horrores. Há tanta experiência Acumulada Que tornou-se indistinta De minha própria. Então, me perguntas  De onde vem  Minha experiência de vida E dela uma certa atitude blasé, Como se eu soubesse Antecipadamente Do que virá e seu desfecho, Parecendo seguro Quanto à natureza  Dos acontecimentos?  No fundo, Não tenho certeza alguma; Vem de minha resignação,  O fato de que a vida  É uma sucessão  De incertezas e assim,  Parece que nada  Me surpreende mais. Tudo já é chegado ao fim; É questão de tempo. Aos poucos, Tornei-me o oráculo, Onde lá enfermos Querem saber  O seu futuro, O confessionário  Onde externam suas culpas  E arrependimentos, O túmulo onde lá  Se encerram todos os segredos De seus mundos! ...