A SÚPLICA
A SÚPLICA Por Paulo Rebelo Ao longo de décadas fui médico de uma senhora inesquecível, logo a partir de seu apelido: ZUZA. Era uma mulher espirituosa e voluntariosa. Católica fervorosa, era pessoa muito humana e solidária com as pessoas ao seu redor. A franqueza era a sua marca mais visível; o que tinha de dizer não mandava recado. A amizade e o amor dela por mim só cresciam com o tempo a ponto de ela, realmente, me ver quase como um filho e me dar broncas se eu não ligasse para ela "nem para saber se estava viva". Sabia que eu adorava um pato "bem grande" para o Círio de Nazaré e meu aniversário e assim me presenteava com os que criava no seu quintal. Mulher sofrida com a perda de marido e filhos, fiel à sua FÉ, otimista, sempre tinha uma palavra de esperança e tranquilidade para todos aqueles que vinham em busca dela e isso a mantinha sempre disponível pelo seu apego ao próximo. Nunca a vi dizer "não" . Diante de tanto sofrimento pessoal, passei a me af...