A TUA DOR
A TUA DOR Home / POEMA / Entendo a tua dor. Essa coisa intangível, Tão física, Companheira Absurda, Intrusa E que te satura, Que se alimenta de ti E vice-versa, Que te consome, Que te censura, Ardendo no teu seio, Inoportuna E te exaure Pouco a pouco Até a beirada Da morte. Quando estás tu À mercê da própria sorte. Eu a compreendo Perfeitamente; Dialogo com ela, Pois ela é Como a minha própria: Solitária, Às vezes, Enganosamente calma, E silenciosa, Outras vezes, Ciclotímica. Ora amarga, Infecunda, Estúpida, Ora neurótica, Rebelde, Intensa E profunda. Ela apenas quer gritar, Não há como evitar, Eu a posso sentir… Paulo Rebelo, poeta Fin de Siècle.