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Mostrando postagens de dezembro, 2020

O MARULHO

Havia tanto tempo Que já nem lembro mais Da última vez Em que sentei-me Diante do mar E deixei que a brisa E o marulho Acalmassem minha alma; Dessa vez, Ocorreu-me Apenas escutar o seu lamento, Mas ao final, Em silêncio, Lá estava eu Fitando-o n o horizonte A perder de vista, Enquanto o sol se punha; Assim, o que ele me dizia Mais parecia Decifrar m eus próprios sentimentos, Como alguém que há muito me conhecia.

A LAMENTAÇÃO

A LAMENTAÇÃO "Havia tanto tempo que já nem lembro mais da última vez em que sentei diante do mar para escutar o seu lamento, mas o que ele me dizia parecia decifrar meus pensamentos". Paulo Rebelo, o médico poeta.

ETERNIDADE

ETERNIDADE Um dia  Adormeci  Desejando algo  Que parecia impossível Para um mortal:  Viver eternamente Até saciar uma estranha  Necessidade de minha alma  Em busca do elo perdido. Haveria um fosso  Dentro de mim; Fazia certo sentido. E assim, Naquela longa noite, Sem destino, Viajei pelo mundo. Era uma sede de viver Tão intensa E profunda, De uma vida  A ser descortinada,  Ainda não vívida Após anos, Ao acordar pela manhã, Senti que aquela angústia Já não existia mais; Liberto de mim, Eu havia me tornado, Finalmente, eterno. Paulo Rebelo, o médico poeta.