A CEGONHA
A CEGONHA Um dia ela chegou recém-nascida de surpresa em suas vidas. Havia sido abandonada duas vezes. Estava internada pelo SUS com diarréia por rota vírus e com grave desnutrição - o temível Marasmo-Kwashiokor. Sozinha, apenas pelos cuidados do hospital, lutava entre a vida e a morte. Foi assim que as vidas dela e do médico se cruzaram. Ele passou a se afeiçoar por ela. Já havia comentado sobre a condição difícil da criança com sua mulher que era pediatra. No almoço, arriscou: "vamos adotá-la?", perguntou-lhe. Para sua alegria, ela aceitou! Passaram a levar o enxoval da bebê, inclusive, leite artificialmente enriquecido de proteínas e vitaminas. Depois de trinta dias, a criança ia bem, recebeu alta melhorada, mas ainda inspirando cuidados familiares redobrados, quando duas assistentes sociais do governo, rigorosamente, cumprindo a lei, levavam a RN para o abrigo. Toparam-se no corredor do hospital....