COP 30 EM BELÉM DO PARÁ 2025

ASSISTINDO tanta gente dependente do assistencialismo social, sobretudo, o Bolsa Família que se retira milhões de famílias do mapa da fome, (motivo de orgulho para Lula), mas não da pobreza retroalimentada por ele, corre em minhas veias sentimentos ocultos e contraditórios que vão desde a compaixão até a revolta pela flagrante e absurda desigualdade social, passando pelo alheamento e indiferença pelo sofrimento desse povo como possa parecer, ao fechar os olhos para essa realidade social dramática. Há um mecanismo psicológico implícito de contratransferência. A gente vê no outro, em tese, aquilo que a gente é ou foi, e que portanto, por repulsa quer evitar.


Diante de tal dantesca pobreza coma a da Vila da Barca em Belém do Pará, uma favela de palafitas, o meu desconforto evidencia a minha completa impotência e até covardia para mudar essa triste condição humana, que por conseguinte acaba por permitir e contribuir para a perpetuação da desigualdade e injustiça sociais que Lula, o maior representante do "comunismo", dissimulado como o Pai dos Pobres com suas políticas sociais populistas, infectando e parasitando a democracia, paradoxalmente, mantém essa atroz realidade.


Ao final essa pobreza estrutural das periferias brasileiras revela a minha própria desconcertante pobreza humana que busco esconder. No fundo, incapaz, apenas alimento a teoria revolucionária de mudar o mundo.


Paulo Rebelo, médico escritor e poeta.

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