O BURGUÊS E O METALÚRGICO

O BURGUÊS E O METALÚRGICO 

Por Paulo Rebelo 


A PARTIR da chegada de Lula ao poder, curiosamente, houve o aparecimento de um novo tipo de classe média dissidente da classe média clássica ou tradicional; a distinta "burguesia socialista" (a associação das palavras burguesia e socialismo parece estranha, já demonstrando aí um grande paradoxo). Essa gente privilegiada, articulada e influente com sua agenda progressista é a mesma que romantiza a pobreza e relativiza a crime, vendo intrincado silogismo nisso.


Essa nova classe média tem suas peculiaridades a serem descritas mais adiante.


Arrebatada pelo fato de um metalúrgico e sindicalista, homem simples do povo, ter chegado à presidência do país (pela terceira vez, já pensando na quarta), a classe média, dita "esclarecida", rendeu-se completamente ao apelo popular da imagem de Lula, tido por ela como um grande humanista. Ela mesma, outrora tão alheia e indiferente às agruras das classses inferiores, através de dele sente-se agora parte do povo, então, redimindo-se de seus pecados burgueses.  


A necessidade de demonstrar ao mundo que está acima da média dos homens é tamanha, que agora este é alguém "diferente", isto é, que não é mais um réles burguês qualquer e sim, um ser humano consciente de seu papel social no mundo, mas fechando os olhos para quem é Lula, de fato: nunca houve na história desse Brasil um presidente tão corrupto!


Mesmo Lula sendo autodeclarado apedeuta e conhecido bilontra, o burguês esquerdista ignora isso, completamente, louvando-o como um grande estadista, o maior presidente que o Brasil já teve, cujo honroso epíteto é o "Pai dos Pobres". Jacta-se dizendo que com Lula o Brasil será respeitado mundialmente.


A pergunta é: por que será que um homem educado, culto, inteligente, intelectualizado e humanista, sobretudo, digno vota em Lula, alguém diametralmente oposto dele? É um paradoxo. Há uma explicação, todavia.


A nova classe média socialista, leia-se Lulista nega, mas tem todos os defeitos da burguesia como consumismo, deslumbramento, exibicionismo, ostentação, extravagância e esbanjamento, mas posa de púdica, fingindo pureza e humildade (vide Janja e Érika Hilton, dois exemplos caricatos, ambas embasbacadas pelo poder de Lula e o que ele lhes dá de prazer). Oriundas das classes C e E, sentem-se da classe A.


Ao ser confrontada pelo seu contraditório "discurso do amor", reage com agressividade, desprezo e ódio por quem dela ousa discordar.


A emérita professora da USP, Marilena Chauí, num encontro de esquerda disse em alto e bom tom: "EU ODEIO À CLASSE MÉDIA, A CLASSE MÉDIA NÃO PRESTA", sem dúvida a classe média tradicional, que trabalha e muito, leva filho na escola particular, à praça, ao circo, dá pipoca aos macacos, paga plano de saúde e compra bens e serviços ou seja, movimenta a economia do país. Sem consumo, o Brasil quebra.


A professora mencionada não faz parte dessa classe média, dita egocêntrica e ruim, criminosamente, por ela chamada de "nazifascista". Sendo oriunda da classe média, hipocritamente, ela se exclui desta como se ela fosse alguém muito especial. Ela é uma típica burguesa, mas se finge de desentendida. Ela faz parte da elite pensante do Brasil; a Intelligensia socialista. Há outros expoentes ativistas políticos de esquerda, como os professores Mauro Iago, sociólogo, e a filósofa gaúcha Marcia Tiburi; o primeiro, numa assembleia esquerdista, citando filosoficamente Berthold Brecht, como que para demonstrar erudição, disse que "a classe média mereceria ser fuzilada e uma boa cova", e a segunda, que "existe lógica no assalto"; ela é a favor daquele que rouba para sobreviver, pois o "capitalismo selvagem" é o responsável por causar essa necessidade e desigualdade social. Aí está o baixo nível da docência das nossas universidades públicas. Então, não é de estranharmos o porquê da qualidade inferior do ensino, refletindo diretamente sobre o alunado, doutrinado pela ideologia comunista, porquanto não são formados bons profissionais, tampouco cidadãos e sim, "companheiros". O resultado disso é que o Brasil não tem uma ciência de ponta, que traga progresso para Brasil, nem que rivalize com a do Primeiro Mundo.


A classe média socialista brasileira, pasmem, segue os passos de seu líder como exemplo de governante; tal qual Lula, tornou-se arrogante, boquirrota. É demagoga, populista, paternalista com as classes inferiores e condescendente com a criminalidade, culpando a classe média tradicional por todos os males do país.


Supramacista moral e intelectual, sendo articulada e influente, usa de sofismas para manietar a massa ingênua e inculta, a tal ponto de acreditar mesmo ter o poder de liderar o conjunto da sociedade em torno de Lula.


A grandeza da classe média é que ela construtora; é autodidata, dinâmica, determinada, independente e, por natureza, egocêntrica, mas não por mal; é que não confia no governo, nem espera nada dele. A diferença entre essas duas classes médias retrocitadas é que a "socialista" espera, pois para ela o estado é a mãe de todos; ela mesma "não dá água nem para pinto" todavia ligada visceralmente à figura de Lula, montada nas costas dele, hipócrita, apresenta-se como "humanista", o que lhe provoca orgulho e vaidade, preenchendo se ego burguês.


A razão do texto é expor publicamente as enormes contradições do "burguesia socialista", ironicamente, conhecida como "esquerda caviar".


Paulo Rebelo, médico escritor e poeta.


NOTA: As fotos são de Marilena Chauí, Marcia Tiburi e Mauro Iago, professores e ativistas políticos de esquerda, que em seus discursos de ódio incentivam a violência contra as pessoas de classe média como eu, que os denunciam e discordam de seu agressivo posicionamento político.


Mauro Iasi é sociólogo e professor da UFRJ, militante de esquerda; Marcia Tiburi, filósofa e artista.

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