A SOLIDÃO

A SOLIDÃO


Ele queria falar
tudo o que sentia
Ninguém o escutava.
Ninguém nada dizia.
Então, a saída era escrever,
mas ninguém o lia.



Pediu ajuda a todos,
mas nem mais dos céus vinha.
Silenciou-se.
Sem saída,
isolou-se.
Desesperou-se.
Perambulava a esmo,
vagando alhures,
de um lado para outro,
em busca de um ombro amigo,
qualquer um que lhe desse ouvido.

Um dia, ele sumiu.
Ninguém percebeu.
Nunca fez falta.
De repente,
muito tempo depois,
soube-se que havia morrido.
Desconfia-se de suicídio.
E aí, só murmúrios:
perguntava-se o porquê.

A reposta é simples:
ninguém o via
ninguém o escutava
ninguém o lia
sua presença ninguém sentia
seus gritos de socorro ninguém ouvia.

Ah, se tivesse sido diferente...

Para o mundo, 
ele simplesmente não existia.

Se existisse,
assim desse jeito jamais morreria.

Paulo Rebelo, o escrevente do tempo.

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