O PALCO

O PALCO


O MUNDO

Está invertido,

Do avesso

E de ponta-cabeça!

Alguém já percebeu?


Ou será que sou eu?

Pois, mal o entendo,

Isto é, 

Não o entendo

Absolutamente 

Em nada.

Aí me chamam

De ingênuo

Ou louco.


Aliás, ninguém 

Parece saber!

Quem sabe?

Criticam-me,

Julgam-se

Melhor que eu.


Há horas que finjo

Para não passar 

Por ignorante

E vergonha.

Ora pergunto

Ora me calo.


É que não sei

Interpretá-lo.

Creio que ninguém

Mesmo sabe.


Então, elocubro

Horas a fio,

Inclusive,

Quando sonho!


Alucino;

Ouço e vejo coisas

Boas e más,

Vou do passado

Ao futuro

Na velocidade da luz.

Tenho delírios

De grandeza

E perseguição.

Ora estou no paraíso 

Ora no inferno.


O mundo é um teatro

Tão real...


Mas, sei;

Tudo é uma grande

E séria ilusão.


Para sobreviver,

Não custa fantasiar.


Então,

Aos trancos e barrancos,

Vou atamancando,

Pegando atalhos,

Desviando caminho,

Costurando

E remedando.


Aprendi a pensar melhor.

Depois de muito 

Me deixar enganar,

Aborrecer-me

E me frustrar,

Chega, 

Não mais!

Não vou mais chorar.

Desvendei o seu truque

E mistérios.


Agora,

Quando pensar que é, 

não é

E, quando pensar

Que não é, é!


Assim vou vivendo...


Paulo Rebelo, o médico poeta

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SPAM

MERCADO FINANCEIRO