A CLASSE MÉDIA NACIONAL

A CLASSE MÉDIA NACIONAL

Por Paulo Rebelo 


Há três tipos de classe média no Brasil. São elas:


1- a nova classe média petista;

2- a verdadeira classe média;

3- a classe média "socialista", que cunhei como "burguesia socialista".


A primeira foi criada por decreto na era petista. Essa classe, pela primeira vez, sentiu o gosto de ser classe média, ainda que de mentira, à base do crédito fácil, visto que continuava desempregada, subocupada ou desalentada num Brasil, cujo crescimento e desenvolvimento eram ilusórios.


Embalada pelo sonho de consumo, financiada a perder de vista, ela pode adquirir casa própria no Minha Casa Minha Vida, moto Honda 145 cc, carro seminovo, o bolsa família, celular, TV de 42", smartphone, geladeira, máquina de lavar, forno micro-ondas, fazer a primeira viagem de avião e, principalmente, ter um "doutor" na família, graduado numa faculdade privada, à base do FIES, "para se contrapor às elites dominantes". O Bolsa Família e o Sistema de Cotas Raciais e demais benesses compunham o grande guarda-chuva assistencialista de IGUALDADE e JUSTIÇA SOCIAL, criado por sua intelligentsia petista, que conquistou de vez essa gente e sobretudo, acadêmicos, intelectuais, artistas e pasmem, empresários, banqueiros, novos admiradores e sonhadores sociodemocratas, em busca de seu filão.

Assim, surgiu a pequena burguesia "socialista", influenciada pelos pensadores glogalistas do século XXI. Essa burguesia auto intitulada pretensamente redentora das minorias e excluídos, de inspiração socialista, mas de hábitos bem capitalistas, cujo forte é o consumismo, o desperdício e a ostentação é formada por influencers digitais, as gerações Y e Z, também, bancários, funcionários públicos, professores, trabalhadores, sindicalistas, comerciantes, advogados, assistentes sociais, médicos, enfermeiros e etc., todos afeitos às lucubrações comunistas. São familiares, amigos, colegas de trabalho, conhecidos, que não podem jamais serem chamados de hipócritas, mas no mínimo são contraditórios, tomados de uma auto importância, pedantismo, demagogia impressionantes, um novo tipo de moralismo socialista constrangedor, além de egocentrismo e necessidade de exibicionismo midiático da nova era, pois muitos dos que conhecemos não cumprimentam o porteiro e "não dão água nem para pinto".


A terceira modalidade de classe média é a "clássica"; já a conhecemos muito bem. Vive a sua vida burguesa sem perturbar ninguém, tampouco gosta de ser perturbada. Detesta mudanças bruscas no cenário sociopolítico e econômico. É conservador nos hábitos e costumes. Gosta de ir ao teatro, assistir seu futebol no pay-per-view, jogar uma pelada aos sábados, passear de carro novo esportivo ou sedã, ir ao zoológico com a família "para dar pipoca aos símios", à praia ou ao campo nos fins de semana, comer seu churrasco e beber sua cerveja e opinar sobre política miúda e falar asneiras quando coçado, motivo de piada na segunda-feira. Tem ares de aristocrata, mas ultimamente, é só fachada, pois em tempos de alta competitividade e desemprego, grandes mudanças no campo do trabalho e das relações humanas, sabe que o tempo das vacas gordas já era; se vê forçada a sair do seu comodismo, alheamento e indiferença às necessidades do outro, o que tem sido uma tarefa árdua a mudança de comportamento, todavia como é bem nascida, criada e educada, culta, inteligente e intelectualizada, aqui e em qualquer parte do mundo civilizado, como tem consciência crítica, é essa classe média, detratada pelas demais como "esnobe" ( com alguma razão) e epítetos levianos, falaciosos e injustos de "reacionário", "fascista" e "racista e "antidemocrata", apesar de todos os defeitos, é quem dita a velocidade de mudanças no mundo com freio de mão do "conservadorismo" ligado, para que ele não descarrile de vez. 


Paulo Rebelo, o médico poeta.

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