AUSÊNCIA

AUSÊNCIA



A falta que me faz


É tudo aquilo que me satisfaz,


Que poderia ter me satisfeito,


Aquilo que jamais tive


E se o tive um dia se foi,


Escapou entre meus dedos,


Levando-me junto consigo


Parte de mim para distante.


 


Há um imenso espaço, 


Que me arrebata,


Porquanto nele sou livre,


Mas preso à solidão da alma,


Que me preenche como um todo,


Inunda e transborda…


 


Então, vem a completa 


Ausência de dentro de mim


E que me dá um vazio,


Que me arde o peito,


Que corre por entre minhas artérias


E veias,


Esfriando o meu corpo por inteiro


E entranhas,


Dando-me a sensação 


De que ontem morri…


 


Assim, essa ausência


Dentro de mim,


Que parece eterna


Me faz sentir-me tão efêmero,


Tão mortal.


Paulo Rebelo, o médico poeta.



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