A MONTANHA VAI A MAOMÉ
Ao preclaro colega,
Eu pediria permissão ao confrade para publicar um ensaio sobre o atual modelo social ocidental, que permeia a vida do médico em conversa em casa, no clube e no trabalho.
Caso tenhas tempo ou paciência, tendo boa vontade, leia o meu texto, por obséquio. Diga-me se faz algum sentido. Escrevo como um contraponto à engrandecedora vida de médico, que tenho há 4 décadas, porém excruciante. Às vezes, parece enlouquecedora. Como para ti nesta página virtual, a escrita é minha solitária válvula de escape.
Um abraço fraternal
🩺❤🩺
A MONTANHA VAI A MAOMÉ
(Ou Marxismo Repaginado)
Por Paulo Rebelo
O ensaio a seguir trata da nova forma poder de influência socialista do Primeiro Mundo sobre o Brasil e o mundo, originariamente, concebida pelo político e teórico marxista italiano Antonio Gramsci, criando as bases de uma intelligentsia de esquerda para exercer poder sobre o conjunto da sociedade.
A partir do tópico "A MONTANHA VAI A MAOMÉ", busco fazer uma relação direta entre o PROGRESSISMO (leia-se "ex-marxismo" ou "marxismo repaginado"), concebido pela "burguesia esclarecida", oriundo no Primeiro Mundo como uma nova e requintada e ardil forma de influência sobre o restante da mundo para criar uma sociedade igualitária, mas em verdade, no fundo tão somente para manter sua supremacia capitalista, "atendendo as necessidades básicas do socialismo", habilmente adocicada de populismo, demagogia, sofismas e falsos silogismos, com a finalidade de continuar a dar migalhas ao HOI POLOI e países periféricos como o Brasil.
Assim é o poder do capitalismo, quando ameaçado; coopta até a China, que criou o "capitalismo de estado", rendendo-ao poder do DER CAPITAL. É o comunismo, adaptado ao comando do capitalismo. Este, por outro lado, não poderia continuar sendo "selvagem"; tinha que ser "humanizado", então, nada melhor que o progressismo, que veio a calhar, inclusive, com sua ecológica agenda "SAVE THE PLANET", dando ao indivíduo comum ares de "cidadão do mundo".
Assim, na origem desse ménage ideológico: Antonio Gramsci, para o qual o marxismo tomaria o poder através de mudanças de mentalidade da sociedade e os agentes principais dessas mudanças seriam os intelectuais, importantes formadores de opinião pública e influentes (dos meios literário, artístico, jornalístico e os acadêmicos das grandes universidades), e um dos seus instrumentos fundamentais para a conquista do exercício da cidadania seriam as universidades, irradiadoras de conhecimento de onde ampliaria o seu controle marxista sobre o mundo em todos os campos do conhecimento humano. O alvo principal é a família patriarcal e o obstáculo a ser destruido, a Igreja Católica conservadora e a fé em Deus, abolida. A pergunta é: o que isso tem a ver com o momento sociopolítico mundial atual? Resposta: o capitalismo usou Antonio Gramsci a seu favor.
Gramsci afirma que sob o capitalismo moderno (que venceu ou subjugou momentaneamente o marxismo), as classes superiores ou "burguesia consciente", que detém o poder pode manter o controle econômico sobre o conjunto da sociedade, permitindo que sua ação na esfera política satisfaça certas demandas dos sindicatos e dos partidos políticos sobre as massas da sociedade civil.
A fim de reparar a grave desigualdade e injustiça sociais ao nível mundial, provocada ao longo de séculos através da exploração desumana e desenfreada das nações periféricas pelas "nações imperialistas", hoje, Primeiro Mundo, este, num amplo movimento interno de autodepuração e "destruição do "sistema", fruto de um revisionismo histórico consciente, sem dúvida, eivado de certa boa vontade, gestado dentro dos ambientes intelectuais e acadêmicos universitários da elite pensadora de viés esquerdista, curiosamente, de natureza de supremacista moral e intelectual com ranço paternalista de sempre, resolveu reeditar o destino do mundo através de uma nova ordem social: o PROGRESSISMO. Dessa forma, "a montanha vai a Maomé".
Ao meu ver aí está a gênese dos atuais conflitos da sociedade contemporânea. A emenda parece ter saído pior que o soneto. Todavia, para o bem ou para o mal, assim caminha a humanidade; o Primeiro Mundo com todas as suas idiossincrasias e contradições internas arranjou uma engenhosa e ardilosa forma socialista de exercer o poder, agora embrulhada num vistoso papel democrático para continuar controlando o restante do mundo.
O progressismo com sua ampla e controversa agenda social, abraçando uma gama enorme de minorias e de excluídos no Brasil como o MST, MTST, indígenas e o LGBTQIA+, buscando contempla-los com igualdade e justiça sociais é a vertente tosca do ILUMINISMO, que libertou o homem da opressão da tirania absolutista, da inquisição da Igreja Católica, do tráfico de navios negreiros e da escravidão, porém como paraefeito criou a pavimentação para uma suposta anarquia e caos ao declarar, que "Deus está morto" (Nietzsche), colocando o homem no centro do universo.
(Aparentemente, este nunca esteve preparado para isso).
A partir daí como reflexo direto da Revolução Industrial, produzida pela burguesia reacionária à margem do poder político, surge a Revolução Socialista e seus desdobramentos com consequências desastrosas em todo o mundo, como surgimento da Guerra Fria e um mundo ainda mais polarizado entre Comunismo e Capitalismo. Nesse novo mundo, paradoxalmente, um comunista pode ser cristão ou usar iPHONE, despudoradamente, pois vivemos numa democracia. O progressismo nada mais é que o "marxismo repaginado".
Acontece que para implementar a igualdade e justiça sociais, aproveitando-se da democracia e da riqueza produzida pelo capitalismo que o progressista condena, mas dele se beneficia, o progressismo ao lutar para impor sua agenda social, acaba por enfraquecê-la ao buscar nivelar toda humanidade por nível inferior do sarrafo educacional, por exemplo, ao abolir a meritocracia ou ainda ao propalar, que a norma culta de uma língua é etnofóbica e excludente. No extremo, ao invés de buscar p nivelar os excluídos e minorias por cima, estes são tidos como "vitimas da sociedade", inclusive, afirmando o extremista de esquerda haver lógica no crime, pois o assaltante rouba por questão de sobrevivência; para ter suas necessidades humanas atendidas, negadas pela sociedade. O próprio LULA brame para sua plateia, que é preciso descriminalizar aquele meliante que rouba "apenas porque quer tomar sua cervejinha" ou seja, a sociedade tem que se adequar a essa extranha forma de igualdade e justiça social. Daí de novo, Maomé não vai à montanha, mas o contrário. Haja políticas sociais inclusivas como as políticas de cotas raciais e para indivíduos TRANSICIONADOS, por exemplo.
Segundo seus proponentes bastante aguerridos, aquele que não abraça a nova ordem progressista, que entre outras coisas consiste na ideologia de gênero, onde um homem pode ser mulher (inclusive, parir) e vice-versa, a apologia às drogas e ao aborto pode ser taxado de qualquer coisa, desde reacionário, racista homofóbico até "genocida".
O fato é que na onda do "politicamente correto", o populismo, a demagogia e a bajulação em torno das minorias e excluidos, em busca de sua simpatia, e por que não o voto político de esquerda, grassam nos discursos dos seus apologistas, permeando as relações humanas cada vez mais superficiais e virtuais, onde um indivíduo para ser aceito nesse meio da hora tem que baixar os níveis educacional, cultural e intelectual, para que o "excluído" não se sinta ainda mais inferiorizado e menosprezado, tendo-se que aceitar o uso da linguagem de gênero e o uso social da língua popular em detrimento da culta, por exemplo.
O mais curioso é que em que pese todas as críticas, que são feitas pelos socialistas (leia-se progressistas), à classe média brasileira em tempos do "governo do povo", manietadas por eles, as classes inferiores desejam ardentemente ascender à burguesia, que tanto é detratada como conservadora e reacionária, um atraso de vida, segundo a emérita professora de filosofia da USP, Marilena Chauí, pasmem, ela mesma "uma pequena burguesa socialista consciente", supostamente, livre dos pecados originais da classe média, como se isso fosse possivel.
Portanto, o momento é das "quebradas" e segundo os progressistas, condescendentes com os erros crassos de português dos excluídos e até de crimes como o de roubar um celular para "comer uma picanha" ou " apenas tomar uma cervejinha" é apartir delas que haveria irradiação de conhecimento para o mundo, através das letras do FUNK carioca; a hora e a vez da periferia: o povo no poder como premeditou Karl Marx.
A onda progressista claramente está ganhando a guerra contra a onda conservadora no mundo ocidental, isso é fato, e pelo visto, só será impedida pelos comunistas chineses (ainda que de longe alinhados) e fundamentalistas muçulmanos, que não tolerarão tanto sexo, drogas e rock 'n roll.
Paulo Rebelo, o médico poeta.
P.S. A medicina é uma atividade engrandecedora, mas excruciante. A maioria dos médicos envelhece e morre mais cedo, bem como separa-se conjugalmente mais por questões de distaciamento familiar, provocado pelo trabalho sacerdotal. Pessoalmente, procuro um equilíbrio entre o trabalho, família e sociedade, com atenção e cuidado redobrado com a familia. Portanto, socialmente, sou um "conservador". O mundo atual parece ver o conservadorismo como algo reacionário, exceto positivo quando se trata de meio ambiente.
Afim de não ter um infarto do miocárdio ou um AVC ao discutir com "esquerdistas", e no auge da refrega política para não lhes dar um pé no traseiro ou mandá-los para Pt@k€p¥riL, eu prefiro escrever meus textos, que quase ninguém os lê; é minha catarse.
Assim como não existe CURA GAY, o esquerdista é incurável, aliás, FPT, fora de possibilidade terapêutica! 😜
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