A TEIA

 A TEIA


A vida se assemelha 

A uma teia de aranha;

Às vezes, um labirinto,

Uma cama de gato,

Outras vezes,

Um beco sem saída.


Todavia,

Há sempre uma luz 

No fim do túnel,

A crença,

Como um oásis 

No meio do deserto.


Porquanto,

A vida parece um fardo;

É andar com fome,

Frio e sede

À procura de um abrigo.

Nem todos são felizardos.


É como andar

Na corda bamba,

Sobre o trapézio,

Agarrado ao andaime,

Andar no escuro,

Na areia movediça.

Há lugar seguro?


Não há lanterna 

Que a guie,

Mapa que indique 

O caminho

Nem bússola 

Para apontar a direção.

Há, sim, fogo fátuo,

Muita ilusão.


É como estar no mato

Sem cachorro,

Nu,

Desamparado,

Com medo,

Envergonhado.


Assim,

A caminhada é longa 

E solitária.

Por sorte,

Resta a esperança,

Prevalece os cinco sentidos

E, como reforço,

O sexto

E, acima disso,

Como milagre,

Deus, 

A rede de segurança.


Paulo Rebelo, o médico poeta.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

SPAM

MERCADO FINANCEIRO