O PODER DAS PALAVRAS
O PODER DAS PALAVRAS
Por Paulo Rebelo
Quisera escrevê-las
Ou gritá-las
Até doer a garganta,
Assim seriam
Espontaneas,
Lá de cima,
Bem de dentro,
Livres,
Sem travas,
Sem amarras,
Sem âncoras,
Sem balizas,
Sem nada,
Sem medo de errar
Ou desagradar.
Ao menos
Uma vez na vida,
Sem nenhum propósito
Nem motivo aparente,
Despudoradas,
Sem rumo,
Fora da curva,
Fora da estrada,
Sem motorista,
Desguiadas,
Soltas ao vento,
Fora do tempo,
Cara limpa,
Sem maquiagem.
Mas sou eu o autor;
O ator no palco
Numa pantomima,
Tudo é ensaiado,
Cheio de regras,
Onde nada dá certo,
Cheio de improviso,
Representando
Um personagem
Ou vários,
Até o ponto de não mais saber
Quem eu sou,
Real ou imaginário,
Apresentando uma peça,
O protagonista de mim mesmo
Declamando um script pronto,
De máscaras.
Paulo Rebelo, o médico poeta da Linha do Equador.
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