ALMIR PAES

Almir Paes, é um prazer conversar contigo. Nesse interregno, refiz levemente o texto; creio que melhorou. Na esteira dele, concebi o poema "SPAM". Ambos são leves e criativos. Sou médico e comecei a escrever a partir do sofrimento humano...o meu. Explico: como acadêmico de medicina, muito jovem, passei a conviver com pacientes à beira do leito, muito além da doença orgânica, mas com o abandono, isolamento, solidão, medo, incurabilidade, impotência, incapacidade e morte. Ao longo de décadas fui concebendo intensos e profundos textos de cunho existencialista, compilados em "as dores da alma".  


🖋️SPAM

Por Paulo Rebelo


Às vezes, 

Tenho certeza,

Que as mensagens que envio 

Para muitos não são abertas;

Vão para a lata de lixo.


Todavia, não me aborreço,

Nem me desaponto,

Tampouco me entristeço;

São humanos,

Pois o que é inútil para uns,

Pode ser reciclado

Ou verdadeira

Pedra preciosa para outros.


O que aqueles não sabem

É que são garrafas

De um naufrago atiradas ao mar,

Em busca de um destinatário.


Paulo Rebelo, o médico poeta da Linha do Equador.


Um abraço fraternal!

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